17 novembro 2016

NO SÍTIO ONDE DOI

Eu não tenho simpatias definitivas, nem pessoais, nem pelas causas invocadas por Julian Assange e por Edward Snowden. Algo porém tenho a lhes agradecer, porque foram eles que o definiram como mais ninguém o fez neste mundo actual. Até eles, os whistleblowers eram considerados fenómenos benignos, que traziam ao conhecimento público factos que lhe eram malevolamente escondidos. E, por serem benignos, gozavam de uma certa impunidade; fazer-lhes mal era a assunção pública da sua justiça, de que tinham razão. Assange e Snowden, porém, pela perseguição acirrada que sobre si provocaram por parte das autoridades norte-americanas, quando supostamente deviam ser mais uns whistleblowers, definiram o que é a verdadeira colhoada naqueles partes que os Estados Unidos pretendem proteger-se da opinião pública. E ao obrigarem esses interesses a revelarem-se, mostraram que esses e os meus interesses nem sempre coincidem. E que os fins não justificam os meios.

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