02 maio 2016

O QUE SE ANDA A FAZER À «FORÇA DA LIBERDADE»?...

Alguém deve ser capaz de me explicar os critérios jornalísticos que tornam pertinente dar destaque à presença no nosso país da mulher do ministro das Finanças da Grécia¹ mas que se dispensam de assinalar a presença em Portugal do primeiro-ministro da Hungria²? Desconfio que as conotações políticas de cada um dos visados - ou melhor, no primeiro caso, do marido da visada... - contribuirão para a justificação da dicotomia de critérios que se mostrou transversal a toda a comunicação social portuguesa. Terá que ser o ser-se de extrema esquerda ou de extrema direita porque o anti-europeismo (pelo menos o do status-quo bruxelense) não os distingue. Mas não deixa de ser irónico que isso aconteça num país que tem o lastro histórico que tem quanto à censura daquilo que pode ser noticiado livremente - acima evocam-se imagens da campanha eleitoral de 1969, quando as acções da CDE na oposição passavam permanentemente desapercebidas porque barradas de serem devidamente noticiadas. Clamava-se pela força da liberdade... O que se vê acontecer com Viktor Orbán, permite perguntar o que esta(re)mos a fazer com ela(?)... Ou não me digam que a ideia da censura era boa, o que estava errado eram os protagonistas a quem ela era aplicada?...

² Nota Oficial do Governo Húngaro e o único local onde a nota terá sido aproveitada para produzir notícia, o site Esquerda.net, mas onde a redacção foi orientada para malhar no condecorado, o antigo eurodeputado do PSD, Mário David.

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