21 fevereiro 2016

«TO GROW OR NOT TO GROW, THAT IS THE QUESTION»

Apesar de não aparecer no quadro acima, extraído da The Economist, soube-se há coisa de uma semana que a economia portuguesa havia crescido 1,5% em 2015. É uma taxa de crescimento que está em linha (como ensinaram Pedro Passos Coelho a dizer...) com a da Zona Euro, que equivale à que acima consta para a economia alemão (do senhor Schäuble, que tanto gosta de se pronunciar sobre Portugal) e que é inferior em meio ponto percentual aos 2,0% registados pela economia holandesa (do senhor Dijsselbloem, outro dos amigos que diz estar preocupado connosco). A chatice é que, como os valores de base de alemães e holandeses são superiores aos nossos, em valor absoluto eles progridem mais do que nós - e parece que não seria bem essa a ideia original da CEE a que aderimos em 1986... Adiante. De acordo com aquela mesma tabela acima, taxas de crescimento interessantes, superiores a 3% em 2015 e na zona euro, só mesmo a da economia espanhola (3,2%) e, já fora dela, mas ainda dentro da União Europeia, as economias polaca, checa (3,4%) e sueca (3,3%). Mas para encontrar taxas de crescimento económico que sejam inequívocos sinais de sucesso há que sair da Europa e descobri-las em economias como a da Índia (7,2%) ou das Filipinas (6,4%). Ou seja, e escrito com a frontalidade de um Baptista-Bastos, o crescimento económico prometido no fim do ciclo de austeridade revelou-se uma merda: o crescimento da economia portuguesa registado nos dois últimos anos (2014 (0,9%) e 2015 (1,5%)) foi menor do que a previsão de crescimento originalmente antecipada (pelo governo que ia para além da troica) só para o ano de 2014 (2,5%). O prosseguimento do programa português que em Bruxelas se congeminou para nós está a continuar a revelar-se um fiasco. Apesar das promessas e da propaganda, a economia portuguesa estagnou a crescer a 1,5% este ano e a Europa do Euro também parece igualmente estagnada. Até a parcial OCDE já se terá apercebido desse problema de repercussões mundiais, veja-se abaixo a síntese deste seu relatório recente. Como não tem aproveitamento político - ao contrário de uma qualquer trivial troca de galhardetes entre um ministro grego e o FMI - acabou noticiado por todo o lado, mas não tendo sido analisado nem comentado em lado algum.

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