25 janeiro 2016

O VELHOTE VALE MEIO PITBULL ZICO

Tendo recolhido quase 39.000 votos, os resultados da candidatura de Henrique Neto foram um desapontamento. Acreditava eu sinceramente que o velhote, apesar da sua atitude consistentemente antipática, recolheria as simpatias de mais portugueses, tomando em consideração essa que é minha referência quantitativa da intervenção cívica em Portugal, a petição pública contra o abate do pitbull Zico com as suas 80 mil assinaturas. Descubro agora que Henrique Neto vale metade de um pitbull e, para explicar a diferença, nem se poderá colocar a questão da atitude e/ou da fotogenia, porque, mau grado a retocada foto abaixo, os pitbulls nem sequer são uma raça canina bonita ou simpática. Em contrapartida e, ainda assim, Henrique Neto recolheu marginalmente mais alguns votos do que as assinaturas apostas numa outra petição pública, a que pedia que se preparasse a reestruturação da dívida para crescer sustentadamente (35.000).

Uma das boas consequências da minha decisão de há umas eleições atrás, a de passar a votar linearmente sem me deixar condicionar por aquilo que acreditava serem os cenários eleitorais, é que a nova atitude transformou-me as digestões das derrotas daqueles em quem votei em exercícios muito mais sãos, dispensando as tabletes anti-ácidas. Mas não prescindo de um último ferrete, que uma das minhas motivações para o voto neste velhote foi a de marcar a distinção para com os outros velhotes. E o ferrete consiste em, partindo dos 39.000 votos de Henrique Neto, perguntar qual será a audiência real das estrelas do pessimismo, dos programas televisivos de Medina Carreira ou dos comentários episódicos de António Barreto? Note-se que não pergunto quantos são os que têm a televisão lá sintonizada; pergunto por aqueles que compreendem o teor do que está a ser dito para além daquela impressão geral que se está a falar mal de tudo.

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