13 dezembro 2015

«ACABARAM DE GAMAR UM BOEING QUE ESTAVA ESTACIONADO NA PLACA DO AEROPORTO!»

Apareceu recentemente a notícia da busca do proprietário de três Boeings 747 que pareciam ter sido esquecidos na placa do aeroporto de Kuala Lumpur na Malásia. Parece que o dito já apareceu para recuperar os pertences tendo, para que o possa fazer, que pagar as taxas aeroportuárias que entretanto se foram acumulando nos últimos meses e que montarão nesta altura, decerto, a alguns milhões. Mas, e se os proprietários quisessem recuperar os seus aviões sem pagar as dívidas? Deve ter sido qualquer coisa do género que os proprietários de um Boeing-727 (matricula N844AA) se lembraram de fazer em 2003. Durante quase 25 anos o aparelho pertencera à respeitável frota da American Airlines. Depois fora repintado e revendido a uma operadora que operava fretes aéreos em África, em pistas remotas em que só a proverbial potência e solidez de construção dos Boeings-727 tornava possíveis operar. Era num aeroporto africano (embora dos mais sofisticados), o Quatro de Fevereiro em Luanda (abaixo), que o avião aguardava há 14 meses que alguém avançasse...
...com os quase 4 milhões de dólares necessários para o libertar quando aconteceu o episódio que aqui se conta, em 25 de Maio de 2003. Angola, o país onde marketing directo pode ter um outros significado, é um local cheio de possibilidades impossíveis no resto do Mundo: ao anoitecer um grupo de pessoas – de que se identificaram apenas duas pessoas: um engenheiro de voo com brevet de piloto particular de nacionalidade norte-americana e um mecânico congolês – puseram-se ao comando do Boeing-727 – que estivera a ser recuperado nos dias anteriores em plena placa perante o desinteresse dos responsáveis do aeroporto – e, com as luzes apagadas, com o transponder desligado e, sem contactar a torre de controlo, nem sequer respondendo às chamadas, entraram na pista principal e descolaram, assumindo uma rota em direcção a sudoeste quando no ar. Desnecessário será dizer que nunca mais houve notícias do avião e dos tripulantes identificados, mas o mistério que subsiste não parece incomodar especialmente as autoridades angolanas, afinal as mais lesadas por ele.

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