02 junho 2015

...COMO NUM FILME CUJO TEMPO FOI ACELERADAMENTE AJUSTADO


Tem vezes em que a maior discrição e a mais hábil subtileza não compensam, bastará a comunicação social acertar a história ao ritmo dos factos relevantes e o esquecimento de seis meses pode não chegar para dissimular uma manobra para a qual os dois protagonistas não desejavam publicidade. Em finais de Novembro do ano passado, Daniel Proença de Carvalho – a cara da advocacia portuguesa que, até aí, mais fora associada a José Sócrates – garantia que, mesmo depois de Évora, não deixaria de representar judicialmente o antigo primeiro-ministro nos casos pendentes: Não somos nós que escolhemos os clientes. São os clientes que nos escolhem a nós, teria ele dito então, numa proclamação com ressonâncias de indefectibilidade. Numa continuidade jornalística (que é pena que não seja muito mais vezes empregue), o indefectível Proença de Carvalho é hoje citado dizendo que já não faz sentido representar o antigo primeiro-ministro só em dois processos cíveis. Demarcações como esta, vindas ainda por cima de advogados, devem ser tão comuns como os chapéus do Vasco Santana. Mas é caso para perguntar a quem se deve agradecer tanta sagacidade mediática.

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