07 março 2015

EM JEITO DE UMA EVOCAÇÃO COMO OS «TESOURINHOS DEPRIMENTES»


A 25 de Março de 2010 realizava-se mais uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito à actuação do governo em relação à Fundação para as Comunicações Móveis. O governo inquirido era o do PS, o presidente da referida comissão era Miguel Macedo do PSD (então na oposição, recorde-se), o depoente convidado a prestar declarações era Zeinal Bava como chairman da TMN, o deputado que então o questionava era Bruno Dias do PCP. E vale a pena ver o vídeo acima para constatar a atitude sobranceira então assumida por Zeinal Bava a propósito de uma recusa sua em responder a uma questão do deputado comunista. Mais do que isso, para embaraço retrospectivo de Miguel Macedo, a atitude de Macedo a presidir à reunião é de uma neutralidade nitidamente cúmplice, senão mesmo subserviente, para com a atitude de Bava. Cinco anos passados e quando do regresso recente - tornado famoso - do mesmo Zeinal Bava a uma outra comissão, e desta vez por um assunto deveras grave (o colapso do BES), constata-se o quanto o posicionamento relativo entre os poderes político e económico se alterou na sociedade portuguesa desde então e o quanto parece legítimo – e até justo – que a reputação de Zeinal Bava, pela soberba demonstrada outrora, acabe jogada na lama. E, de uma certa forma, quando se vêem estes vídeos encadeados, Miguel Macedo, ao demitir-se, parece varrido por pertencer a uma época que já não é a dele...

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