07 janeiro 2015

OS OBÉLIXES DE BRUXELAS

Eu bem sei quanto a analogia que faço pode ser hermética, porque para a compreender é preciso ter lido (e ainda recordar) o enredo de O Combate dos Chefes, a aventura de Astérix em que o druida perde o juízo porque atingido inadvertidamente por um menhir arremessado por Obélix (acima - afinal, como o próprio pergunta, ele correu ou não correu com os romanos?). Depois de três anos de um programa que, saneando as finanças(?), deixou o país no estado em que está, estes recados insistentes, apelando à acentuação da austeridade, que se ouvem vindos de Bruxelas fazem lembrar aquela outra cena em que, para piorar as coisas, o druida contratado para curar Panoramix apanha por sua vez com outro menhir na cabeça (abaixo - e outra vez graças à prestabilidade de Obélix). Aqui, parece que há quem demonstre da situação uma compreensão idêntica à de Obélix.

2 comentários:

  1. E ainda dentro do mesmo álbum, poderíamos pensar no galo-romanismo de alguns gauleses convertidos como um anacronismo de uma certa uniformização (até de assistência financeira) que a UE por vezes impõe (e respondendo aos votos de bom ano que me enviou, desejo-lhe também um bom 2015).

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  2. Percebo a sua ideia - aquela ideia das páginas iniciais de edificar um aqueduto (desnecessário porque o rio atravessava a aldeia) porque "um aqueduto é que é romano" faz lembrar a justificação (nunca sustentada) do porque é que era preciso "ir além da troica".

    Mas a instrumentalização de Aplubégalix é mais primária do que as convicções que eu, apesar de tudo e dos erros clamorosos, reconheço em Gaspar ou em Moedas.

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