07 dezembro 2014

A «FRENTE INTERNA» DOS «ESFORÇOS» NORTE-AMERICANOS PARA A PACIFICAÇÃO NO MUNDO


A violência congénita que caracteriza a actuação das autoridades policiais norte-americanas poderá, se calhar, ser também explicada pelo processo de formação dos Estados Unidos. O adereço mais simbólico do historial da polícia americana não é a lupa de investigação, nem sequer o cassetete de intimidação, é antes a tommy gun para a eliminação – de figuras como Bonnie & Clide... O que terá mudado nos últimos anos para que ela se tenha vindo a expor cada vez mais é a proliferação de camaras fotográficas e de filmar, agora até em telemóveis nas mãos dos transeuntes ao presenciarem cenas mais violentas. É um paradoxo que essa multiplicação de câmaras (abaixo vêem-se as imagens recolhidas por uma fixa, de vigilância) que tanto se temera pudessem conduzir a um mundo hiper-vigiado, na senda do antecipado por Orwell, parecem também ter o seu lado virtuoso, quando expõem os episódios mais violentos da prepotência policial.

Não é difícil compreender a revolta de quem assiste a episódios como o acima exibido (que só se torna importante por ter resultado na morte do civil envolvido, uma criança de 12 anos) para depois se aperceber que, muitas vezes, os policiais implicados não são sancionados, que o aparelho judicial os exonera de responsabilidades. E se isto se passa na frente doméstica, imagine-se o que aconteceu num Vietname, num Iraque ou num Afeganistão, com militares que nem sequer recebem um polimento de civilidade, sem traços de empatia para com civis com quem nem compartilham língua ou costumes. Dá para perceber porque, sabendo-se tudo o que há para saber em termos teóricos sobre contra-subversão, com protagonistas assumindo esta atitude a levá-la – à contra-subversão – à prática, os Estados Unidos coleccionem fracassos estratégicos. O vídeo abaixo foi filmado no Iraque há uma dezena de anos: que simpatia sobrará para quem se comporta assim?

Ou, descrevendo as consequências destes comportamentos déspotas de outro modo: que boa vontade sobrará aos civis em caso de serem os outros a precisarem de auxílio?

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