18 agosto 2014

CSI LAS VEGAS

Mesmo actualmente, quando o espectro de uma guerra nuclear parece ter desaparecido, a imagem de uma nuvem resultante de uma detonação nuclear por detrás de uma paisagem urbana é capaz de provocar um segundo olhar mais atento. A cidade é Las Vegas, Nevada, famosa pelo jogo, pelo entretenimento e, mais recentemente, pela sua equipa de CSI. A data é 24 de Junho de 1957 e a nuvem, que se estende até uma altitude de doze quilómetros, é o resultado de um ensaio baptizado com o improvável nome de Priscilla. Englobado numa série de 29 testes que se prolongará por seis meses (de Maio a Novembro), série essa também detentora de outro nome improvável – Operação Plumbbob – o ensaio teve lugar no conhecido sítio de testes no Nevada que se localizava a cerca de uns cem quilómetros em linha recta daquela cidade.
Pela fresquinha (06H30), uma bomba termonuclear com uma potência equivalente às das bombas de Hiroxima e Nagasáqui somadas (37 kton.) foi detonada suspensa de um balão a 200 metros do solo. Ironicamente, por causa da ignorância científica prevalecente na época e numa Las Vegas ensinada a aproveitar tudo como factor de animação, este tipo de explosões não eram apreciados com aquele conteúdo ameaçador que as gerações futuras lhes vieram a atribuir: havia um Atomic View Hotel onde os turistas se podiam hospedar para ver as nuvens, havia quem servisse hamburguers e cocktails atómicos, cabeleireiros que faziam penteados com esse epíteto mas, como ex-libris de Las Vegas, nada me parece bater em excesso o concurso para a eleição de Miss Bomba Atómica, consagrada com uma coroa de formato fungiforme

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