19 maio 2014

O LEITOR PRESTIGIADO

Foi o acaso que me fez descobrir qual o livro mais marcante para Luís Inácio Lula da Silva, o ex-presidente brasileiro. Foi um blogue, creio que escrito por alguém com autoridade para o afirmar, que referiu o Esta Noite a Liberdade de Dominique Lapierre e Larry Collins, e essa pessoa fez uma ligação do seu blogue para este meu, para um poste onde eu fizera uma referência ainda que sumária àquele livro. Ainda que a conexão seja apenas por osmose e longínqua, confesso-vos que a descoberta me fez sentir algo lisonjeado por aquela espécie de intimidade com o Planalto. Imaginem agora o meu desapontamento com a craveira de leitor de Lula quando me deparei com esta fotografia com ele posando como leitor: não é pelo facto de ele se mostrar a ler uma obra de literatura popular como O Aleph de Paulo Coelho; é o de ele estar a tentar lê-la de cabeça para baixo…

Adenda de 31/5/2014: Ser-se autor de um blogue também serve para aprender quando for caso disso. Um Unknown que me trata por amigo acabou de me chamar a atenção que a fotografia de Lula a ler o livro de pernas para o ar foi, para empregar a sua própria expressão, photoshopada. São duas coisas que detesto: comentadores que fazem questão de não se identificarem e que, ainda por cima, me tratam por amigo deles, o que não é propriamente verdade, como também não é credível que ele tenha feito a observação por mera amizade. Mas a substância do seu comentário é absolutamente verdadeira (agradeço-lho por isso) e é assim que se impõe esta adenda, a fotografia explicativa abaixo e o meu pedido de desculpas a Lula.

5 comentários:

  1. Desculpe-me, mas a fotografia é photoshopada. Se o amigo perceber, verá que um livro de cabeça para baixo não consegue ficar com as capas desta forma. Já foi desmascarada de há muito a farsa aqui no Brasil.

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  2. Querido Amigo, no Brasil, é um tratamento formal quando nos dirigimos a alguém de forma amigável, para antecipar algo que não pode ser feito ou algo que deve ser corrigido, de forma a não mostrar animosidade. Desculpe-me não saber como colocar o nome ao fazer o comentário e obrigado pelo acréscimo no texto.

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  3. E aqui já se tem a expressão photoshopada, que é aquela que teve aplicação de edição de imagem sobre si. Em breve, perderá o Ph, mas permanecerá, como linkar, entre outros anglicismos nascidos da falta de uma palavra para designar a ação. Joel Palma, um seu criado.

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  4. João Palma:
    Também aqui em Portugal o tratamento por amigo é malbaratado da mesma forma superficial que descreve. Simplesmente, e isso é válido para qualquer dos lados do Atlântico, quando se emprega essa forma de tratamento não em conversa mas na forma escrita (e por isso mais reflectida, como aqui aconteceu), parece haver um realçar da hipocrisia associada ao seu emprego: você não é nem pretende passar a ser meu amigo, assim como eu não sou seu. Tentar amenizar o meu desagrado com uma forma de tratamento aparentemente mais amena (mas que ambos sabemos forjada) será até uma forma demasiada primária de o fazer e que quase equivale a passar-me uma certidão ao destinatário de pessoa que facilmente se enrola. Pois eu creio que a forma como reagimos às discordâncias pertencerá mais à nossa essência do que à docilidade das formas de tratamento como ela nos são apresentadas. Independentemente do formato que escolheu para se me dirigir, e APESAR dele, eu acrescentei a adenda porque o João tinha razão e a bem da verdade. Assim como retenho a convicção que o João me teria feito precisamente a mesma observação se o alvo da “photoshopada” fosse Aécio Neves e não Lula da Silva.

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  5. Meu amigo, aqui em Portugal quando o dono do pedaço perde tanto tempo com tanta prosa é para acabar com a conversa.

    Se você não percebe que quando o burro grande fala é para os outros abaixarem as orelhas, azar o seu e aprenda. Não vê como eu aqui o comecei por tratar por amigo como você gosta?

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