17 outubro 2013

VOLTA MOURINHO, ESTÁS PERDOADO¹…

Passaram-se escassos meses desde a saída de José Mourinho do cargo de treinador do Real Madrid e já os cabeçalhos da imprensa se fazem com o mesmo género de discursos que haviam conduzido àquele desfecho: Carlo Ancelloti proclama como o seu antecessor que a equipa não joga (Não se pode jogar pior do que temos feito) e as estrelas da equipa continuam a amuar e chantagear quando confrontadas com a sua falta de categoria (Casillas admite deixar Real Madrid se “em três meses” continuar suplente). Por essa altura em que Mourinho partiu para Londres também por cá se produziam mudanças convulsivas e promessas políticas de uma espécie de chicotada psicológica… que agora se descobre não parecer ter surtido grande efeito. A analogia entre a economia e as finanças de Portugal e o futebol do Real Madrid parece-me óbvia. Depois de no passado muito se ter temido a politização do futebol, aquilo a que agora assistimos é o fenómeno inverso: é a futebolização da política…

¹ Para que não se leve a analogia longe demais esclareça-se que Mourinho, porque conquistou títulos, estará perdoado; Vítor Gaspar, que o máximo que conseguiu fazer foi consolidar um défice de 8,3% para 7,1% em dois anos, não.

4 comentários:

  1. São ambos teimosos (ou perseverantes?) e eu também. Permito-me, por isso, observar que tanto um como o outro, não tendo alcançado os seus objectivos, inverteram tendências. O Real Madrid há anos que não ganhava coisa alguma e com Mourinho ganhou a Taça do Rei, um Campeonato e disputou a Liga dos Campeões até um patamar que há muito não alcançava. O Gaspar não só conseguiu controlar o défice - que estava completamente descontrolado - como o fez descer, inverteu o saldo da balança comercial e, embora não nos tendo deixado garantias de que neles nos possamos manter, levou-nos até aos mercados...

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  2. Acho «Inverter tendências» uma expressão deliciosa, apropriada para elogios de quem se gosta, passível até de ser aproveitada pelo Poiares Maduro para os próximos elogios governamentais.

    É que, nem de propósito, aparecem indicadores económicos que apontam para que se "inverteram tendências" depois de uma queda abrupta em quase todos eles. Triste sina a nossa a de considerar boa notícia a descoberta que, estando mal, não se vai ficar pior.

    Quanto a Gaspar e mau grado a simpatia pela pessoa, ele há os números, e, repetindo-me, passar de 8,3% para 7,1% em dois anos (a partir de dados inócuos do INE) só permite uma conclusão: "conseguiu controlar o défice"? - porra nenhuma...

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  3. Voltando às "tendências", o défice estava a crescer e passou a estar a diminuir...
    Quando refiro "controlo" quero significar que conseguiu, finalmente, identificar e "controlar" as despesas dos vários sectores e organismos que estavam a fazer disparar o défice. As "surpresas" eram mais que muitas e saíam dos armários e alçapões a uma cadência aterradora. A descida do défice é pequena, concordo (e ambos sabemos que a razão está na descida do PIB), contudo, sem a redução da despesa não teria acontecido.
    Mas sei que nunca estaremos de acordo neste assunto do Gaspar...
    Concordamos, infelizmente, noutro ponto: "Triste sina a nossa a de considerar boa notícia a descoberta que, estando mal, não se vai ficar pior".

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  4. Há muito que considero que Portugal se representa, fidedignamente, no mundo do futebol. Através do Sporting (meu clube). Como tal do que o país precisa é de um Bruno de Carvalho ... e não de um Mourinho ou Ronaldo

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