13 maio 2013

O «REALISMO» DOS COLABORACIONISTAS

Os grandes projectos de hegemonia europeia, o alemão de 70 anos atrás (acima, um poster apelando por voluntários dinamarqueses) ou o francês 140 anos antes desse (abaixo, um livro sobre os uniformes dos lanceiros polacos) sempre contaram com a sua dose de colaboradores espalhados pelos países submetidos. O que impressiona é como muitos, senão a maioria desses colaboradores, justificavam a sua atitude não pela bondade da causa que abraçavam mas antes pela inevitabilidade da situação gerada, um argumento que se torna a ouvir muito repetido por aí, com o retoque de querer tornar (uma vez mais…) esses colaboracionistas em pessoas particularmente mais lúcidas que as outras que não se aprecebem dessa inevitabilidade. Das outras duas vezes os colaboracionistas acabaram vencidos pela falta de mobilização do projecto que defendiam, com uma concentração de poderes a ser feita em benefício de certas regiões da Europa com o sacrifício das outras regiões e com a História a requalificar o seu pretenso realismo em oportunismo. Depois dos de 1943 e dos de 1803, como nos poderão os colaboracionistas de 2013 convencer que desta vez será diferente? Ou não será que todo o seu realismo os pode estar a impedir de se aperceberem quando uma situação inevitável se torna, a prazo, insustentável?

2 comentários:

  1. Teixeira
    Permito-me referir que os dinamarqueses estão de acordo com a Ângela e os holandeses estão na mesma linha de pensamento. Os austríacos continuam generosos e tolerantes como outrora.
    Na Finlândia, é que tal como daquela última vez a que se refere, estar ao lado dos alemães não é sinal de colaboracionismo.

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  2. A intenção - porventura falhada - da inserção das imagens não era a de que depois servissem de base a comentários sobre quais são as actuais opiniões dominantes num ou noutro país em relação àquele que pretende exercer a sua hegemonia.

    É uma abordagem ao tema feita de uma forma abstracta, daí mencionar um caso tão distante quanto o do princípio do Século XIX.

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