16 fevereiro 2013

ESTRANHA FORMA DE RENÚNCIA

Com a anunciada renúncia de Bento XVI no final deste mês, o jornalismo vaticanista tornou-se um activo cobiçado pelas redacções. Numa manifestação desses saberes privados que irrompem nestas épocas a agência EFE divulgou ontem um estudo de um cónego catalão, professor de História da Igreja, que enumera um total de vinte e dois papas que renunciaram ou foram obrigados a isso antes de Bento XVI. Acontece que nessa lista muitos portugueses reconhecerão o nome de João XXI (r. 1276-1277), o mais famoso dos dois papas originários deste nosso canto da Península Ibérica, cuja brevidade do pontificado (oito meses) se sabe dever-se a um desabamento que lhe foi fatal. Se a expressão estranha forma de vida, tão popularizada por Amália Rodrigues (abaixo), pode ser aqui adaptada para estranha forma de morte, mesmo a propósito quando se trata do que aconteceu a um papa português, não consigo acompanhar a imaginação do cónego catalão que quererá, no mínimo, que consideremos uma estranha forma de renúncia quando quem renunciou o terá feito porque apanhou com uma parede em cima e morreu…

2 comentários:

  1. Também me parece que ser assassinado não é bem renunciar a um cargo, seja ele qual for...

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  2. Também me pareceu que um texto com tantos disparates evidentes nunca mereceria ser divulgado por uma agência de informação, mas suponho que a pressão da procura de "coisas sobre papas" ter-se-á sobreposto ao bom senso.

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