18 setembro 2012

PRÍNCIPES DE CONTOS DE… PRÍNCIPES

Abaixo, à esquerda, trata-se de uma fotografia de Luís Filipe de Bragança, herdeiro do trono português entre 1889 e o seu assassinato em 1908, fardado de aluno comandante de companhia do Colégio Militar, ainda hoje um prestigiado estabelecimento de ensino, que à época já era quase secular mas que, por acaso, o príncipe nunca frequentou… Estas honorificências sempre me despertam uma antipatia instintiva porque o Colégio Militar, a assumir-se de alguma herança monárquica (incontornável, porque fundado em 1803...), o será de uma outra tradição monárquica, a bonapartista, que assenta na meritocracia e na ascensão social dos que o merecessem¹.
Mais de cem anos depois de Luís Filipe, ainda há quem continue a manter viva esta brincadeira ficcional das honorificências no Reino Unido, agora com um faz-de-conta ainda mais complexo, pretendendo-se que há membros da família real que vão mesmo à guerra, como acontece no caso do príncipe Harry e as suas comissões de serviços no Afeganistão. Claro que a verdade veio ao de cima quando as coisas passaram a ser a sério: com a sua presença a tornar-se conhecida do inimigo, Sua Alteza tornou-se um alvo, uma atrapalhação para os camaradas e houve que o esconder… A realeza bem tenta compartilhar a dificuldade com os seus súbditos, mas nem sempre é possível…            
 
¹ Especificamente destinado à aristocracia havia, à época da fundação do Colégio Militar, o Real Colégio dos Nobres, que fora fundado em 1761 pelo Marquês de Pombal.

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