18 junho 2012

NEM LÁ VOU, NEM LÁ FAÇO FALTA

Decerto que todos já teremos encontrado exemplos parecidos com a mensagem que nos é transmitida pela linguagem corporal da lojista desta fotografia acima… Como diz o ditado popular: Nem lá vou, nem lá faço falta. Contudo, a curiosidade aqui é o facto da fotografia ter sido tirada em 1989 na União Soviética, ou seja, numa sociedade que culturalmente interiorizara essa atitude de desresponsabilização profissional. Tratava-se de momentos que se iriam tornar brevemente num canto de cisne do modelo mas isso tanto o fotógrafo como a fotografada não podiam antecipar.

O que é anacrónico é, mais de 20 anos passados e quando entretanto o Mundo sofreu transformações radicais, ver pessoas que em Portugal parecem continuar enquadradas por aquele mesmo mapa mental Quando vejo as greves de hoje a serem protagonizadas pelos trabalhadores efectivos da função pública ou de empresas estatais que não correm o risco – até ver… – de cessarem a actividade, como a CP, a Carris, a Transtejo ou o Metro, pergunto-me quantos deles se aperceberão do quão privilegiados são e de como isso deixou de acontecer com todo o resto da sociedade?
(Acima, é Ana Avoila discursando perante esse proletariado do Século XXI, que ainda gosta de ouvir mensagens revolucionárias, mas instalado à sombra…)

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