07 maio 2012

COM MUITA ESTIMA E CONSIDERAÇÃO PESSOAL

Quem tiver lido o artigo que José Pacheco Pereira assinou o Sábado passado no Público dedicado à questão da campanha do 1º de Maio do Pingo Doce poderá ter reparado no conteúdo e na inusitada extensão do seu preâmbulo (acima, assinalado com uma tarja amarela lateral). Desconfio que tanto zelo não se tratará somente de uma questão da estima e consideração pessoal como o autor ali confessa ter por Alexandre Soares dos Santos, o patrão da organização, e que o fez alongar-se em várias considerações elogiosas sobre atitudes e gestos recentes do visado.

Embora seja reputado pelos seus rigorosos critérios de exigência, José Pacheco Pereira já terá certamente criticado muitas outras pessoas a quem dedicaria semelhante estima e consideração pessoal e, todavia, não me estou a lembrar de nenhum caso em que ele tivesse dedicado assim cerca de ¼ do espaço (ou do tempo) à sua disposição para fazer elogios prévios que amenizassem a contundência das críticas que se iriam seguir…

É verdade que poderia haver uma outra possível explicação para aquele alongado preâmbulo: a questão do espaço, que na esmagadora maioria das vezes falta para que caiba o que foi escrito, mas que excepcionalmente pode sobrar. Mas não se está a imaginar José Pacheco Pereira no frete de encher chouriços para adequar a sua opinião à extensão da página que lhe está semanalmente concedida.

Quem montou o artigo destacou dele a frase: A corrida aos 50% diz mais sobre o Pingo Doce e Portugal do que sobre a CGTP ou o 1º de Maio. No caso, adaptando-a, fico com a impressão que aquele preâmbulo preemptivo de José Pacheco Pereira dedicado a Alexandre Soares dos Santos dir-nos-á quase tudo o que há para saber sobre o feitio do visado e sobre as relações entre os poderes económicos e os opinion makers em Portugal… E não se interprete isto como uma crítica absoluta a José Pacheco Pereira – é que há quem prefira não dizer/escrever nada…

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