16 fevereiro 2012

DISTO JÁ NÃO HÁ MAIS – 1


Não sei se as pessoas, quando assistem à milagrosa cena da fonte de vinho do filme O Pátio das Cantigas (acima), se dão conta que o remate da cena acaba por ser dado por António Silva que nela nem participa directamente¹: num fim de refeição, ele, que é afinal o verdadeiro lesado pelo milagre do vinho palheto que decorre no pátio, enreda-se por sua vez num cerimonial epicurista de auto-congratulação:
- Isto é que é um palheto de primeira ordem! Deste, já não há mais! (aqui, aos 7:00)

Acontece que a última frase (Deste - ou disto - já não há mais!), pronunciada com a veemência que é ali empregue por António Silva, será um excelente título para algumas fotografias que vou encontrando por aí e que, sendo características de épocas passadas, só se tornam compreensíveis pela lógica da época em que foram tiradas. Anuncia-se assim um punhado de fotografias de época numa série intitulada Disto Já Não Há Mais!

¹ Quem transpôs a cena para o vídeo de Youtube que usei também não se deu conta certamente da sua importância, pois cortou-a.

2 comentários:

  1. E a seguir à deixa do António Silva, volta-se à cena no pátio. A fonte termina de jorrar e o Vasco Santana repete: "Olha, não há mais..."

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  2. Pois, o Narciso é mais um homem do povo, pouco dado a filosofias, ele é mais constatações.

    E a sua deixa tipicamente lusitana já fora dita anteriormente, com aquele:

    - ...e eu ralado: os canos não são meus!

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