01 setembro 2011

À ESPERA DE SABER A QUEM SE ATRIBUIR A CULPA

Aqui há precisamente um ano, a comunicação social transmitia da selecção portuguesa de futebol uma imagem apocalíptica, com os jogadores seleccionáveis a indisponibilizarem-se em catadupa (Deco, Simão Sabrosa, Paulo Ferreira) e apresentando um culpado óbvio disso: o seleccionador Carlos Queiroz. A tolerância mediática a esse ambiente de irreverência que grassava então na selecção sintetiza-se no trecho de vídeo abaixo, depois da derrota contra a Espanha no Mundial de 2010 em que, quando questionado à saída, Cristiano Ronaldo manda os jornalistas, de forma malcriada e alijando-se de responsabilidades, falar com o Carlos Queiroz.

Em princípio, o abandono da selecção por Ricardo Carvalho não mereceria o esforço de o destacar num poste: é um dos resultados da subalternização da importância das competições de selecções nacionais em relação às dos grandes clubes, assunto sobre o qual me pronunciei aqui com algum detalhe nessa mesma altura. O cómico é a diferença do tratamento mediático: os responsáveis armam-se em parvos e os paineleiros na televisão roçavam ontem os seus cus desconfortavelmente pelas cadeiras sem se comprometerem, à espera do resultado do jogo Chipre-Portugal, para elegerem um culpado: se Ricardo Carvalho, se, mais uma vez o seleccionador, agora Paulo Bento…

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