24 julho 2011

TRÊS IMAGENS QUE VALERÃO POR NÃO SEI QUANTAS PALAVRAS

Assinalando a eleição pelas bases de Tó Zé Seguro para o cargo de secretário-geral do PS, insiro esta montagem evocativa do nosso protagonismo político actual e das suas raízes. Esta eleição remete-nos para aquela tradição lusitana de copiar o vizinho e rival, independentemente das circunstâncias e sem ligar aos ensinamentos. Em 1986, estava Cavaco e os economistas na mó de cima e o PS também quis arranjar uma coisa dessas para si: escolheu Constâncio que levou uma tareia eleitoral em 1987 e se demitiu em 1989 -para que a demonstração pública de todas as suas capacidades de decisão política estivesse reservada para a primeira década do Século XXI, à frente do Banco de Portugal…

Em contraste, em 1988, andava-se no Sporting desesperado por êxitos desportivos e elegeu-se o fotogénico e imaginativo Jorge Gonçalves para presidente. Um ano depois a instituição passava cheques carecas e o seu presidente, a braços com alguns problemas profissionais com a justiça, acabou por se vir a refugiar em Angola. Poder-se-ia pensar que aquele episódio vacinara os clubes contra as candidaturas dos escroques. Mas não! Em 1997 os adeptos do Benfica, no meio de outra crise, elegeram João Vale e Azevedo por um triénio, um escroque destinado a voos ainda mais altos do que os de Jorge Gonçalves! Diferença: no caso da fuga à justiça, em vez de Angola foi a Inglaterra…

Agora, parece que no PS se quiseram dotar de alguém que se saísse tão bem junto do eleitorado feminino quanto o seu rival do PSD, qual espécie de casting dos Morangos com Açúcar… Desejar boa sorte seria hipócrisia: quem faz as asneiras que lhes suporte as consequências! Quem, como eu, defender os méritos ímpares da democracia, também tem que reconhecer que se trata de um campo aberto aos erros, alguns deles disparatados como é o caso.

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