14 maio 2010

OS TRIDENT(E)S

Fernando Pessoa escreveu: Ai que prazer não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer! Ler é maçada, estudar é nada. (…) Há quem, como eu, aprecie a poesia de Pessoa. E há quem a pratique. Serão os casos da jornalista do Público Mariana Oliveira e do seu editor que, na página 16 da edição de hoje, e a propósito de um artigo sobre uma questão associada às contrapartidas dos dois famosos submarinos adquiridos pelo dr. Paulo Portas enquanto Ministro da Defesa, colocam a fotografia abaixo (ampliar) acompanhada da seguinte legenda: Continua a polémica com a compra de dois submarinos Trident
É sempre reconfortante descobrir através destes pequenos pormenores que o jornalista que está a escrever sobre o assunto domina a matéria... Neste caso e por acaso, a classe dos submarinos encomendados por Paulo Portas foi baptizada com o nome de Tridente (mas com e no fim), por causa do nome atribuído ao primeiro submarino (o outro chamar-se-á Arpão). A importância de incluir ou esquecer o ézinho final resulta do facto de haver outras classes de submarinos que também são conhecidas por Trident (sem o e) e que estão ao serviços das marinhas de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido
Nos dois casos tratam-se de classes de submarinos de propulsão nuclear que estão equipados com mísseis balísticos dotados de ogivas nucleares – ou seja, são um pouco maiores e substancialmente mais caros do que aqueles que são objecto do artigo em referência. Aliás, em rigor, a denominação Trident aplica-se precisamente aos mísseis balísticos (acima). Creio que haverá quem defenda que mais um e ou menos um e, tudo isso não passará de um preciosismo. Aos que defendem essa opinião, deixem-me prestar-lhes o esclarecimento final que Trident (sem e) também pode ser uma marca de pastilhas elásticas

2 comentários:

  1. Qual preciosismo qual carapuça! Rigor.

    Ainda ontem, passados dias suficientes para consultarem o google ou ir aos livros tradicionais, a voz-off da peça da sic-notícias sobre a queda do avião na Líbia, usava libanês em vez de líbio...

    Estamos neste pé!

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  2. Diga antes que estamos em dois pés, Maria do Sol, pois na notícia sobre o mesmo assunto da 6ª Feira seguinte o "Trident" lá continuava, "agarrado" ao texto que nem uma pastilha elástica usada...

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