05 janeiro 2010

2010 – O ANO EM QUE ESTABELECEREMOS CONTACTO?

Já deu para que nos apercebamos quanto a evocação de efemérides(*) são um daqueles chinelos jornalísticos que se transplantaram com sucesso para os blogues portugueses... Aderindo a esse pretexto de precisar das datas para falar dos assuntos, chamemos a atenção para que entrámos no ano correspondente ao livro e filme 2010 – O Ano em que Estabelecemos Contacto que é a continuação do aclamadíssimo 2001 – Odisseia no Espaço. Se quando chegámos ao ano de 2001 do calendário já se percebeu que não houve nenhuma Odisseia no Espaço – embora tivesse havido aquela Odisseia no World Trade Center mas na Terra, em Nova Iorque… – que justificasse a capacidade de antecipação de Artur C. Clarke, suponho que não será de esperar grandes novidades a esse respeito quanto à sua sequela que corresponde ao ano actual...
Aliás, um dos pressupostos básicos em que assenta a história de 2010 já desapareceu 20 anos antes de se ter chegado a 2010 – a rivalidade americano-soviética e a Guerra-Fria – assim como diminuíram drasticamente as probabilidades do cenário de uma Guerra Nuclear global que ali é evitada in extremis. Para terminar, não deixa de ser uma ironia que os satélites do Sistema Solar que têm recebido mais destaque informativo nesta segunda metade da década tenham sido os de Saturno, especialmente Titã (acima), na órbita do qual Arthur C. Clarke plantou originalmente o misterioso monólito em 2001(**), para depois o transferir em 2010 para a órbita de Júpiter, cujos grandes satélites (abaixo, Io, Europa, Ganímedes e Calisto) se haviam tornado entretanto muito mais familiares por causa das descobertas espectaculares das sondas Voyager
(*) Nestes dias que correm podem ser os 50 anos da morte de Albert Camus ou então os 50 anos da Fuga dos comunistas da Prisão de Peniche, episódios em exibição em qualquer blogue junto de si.
(**) Mais precisamente, na superfície de Jápeto.

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