01 setembro 2009

PEQUENAS HISTÓRIAS À VOLTA DO PACTO MOLOTOV-RIBBENTROP

Ainda a propósito da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop que Vladimir Putin se dispõe agora a condenar (ver poste anterior) penso que pode ser oportuno contar um par de pequenas histórias que lhe estão associadas. A começar pela das fotografias da cerimónia de assinatura, de que há duas classes de versões: as que são baseadas na versão original soviética (acima) e as oriundas da versão alemã (abaixo).
A diferença óbvia é, evidentemente, a tutela representada pelo quadro de Lenine no alto da parede, que os alemães removeram da sua versão, invocando, tanto quanto as razões ideológicas, as razões estéticas, já que o flash do fotógrafo ficou reflectido no vidro do quadro. De resto, tudo é igual: a fleuma de Ribbentrop, a satisfação de Estaline e as explicações que alguém presta a Molotov… De que explicações se tratariam?
Os documentos do Pacto foram redigidos obviamente nos dois idiomas dos países signatários, alemão (acima) e russo (abaixo). E como os dois idiomas se escrevem em alfabetos distintos, um problema grave era que nem Ribbentrop se desembrulhava muito bem com o russo, nem Molotov (que ocupava a pasta havia apenas três meses…) se desembaraçava com o alemão. O inexperiente Molotov devia estar aos papéis
Suponho que seja um pormenor e que se possa aceitar que Vladimir Putin, como herdeiro de uma das partes signatárias, tente ainda hoje jogar com o reconhecimento dos efeitos históricos obviamente perversos que a assinatura daquele Pacto terá produzido(*). Agora que os membros de uma pequena facção política de um país europeu afastado ainda tentem refutar essas evidências com uma argumentação anacrónica é patético.
(*) Como também terão produzido efeitos perversos a assinatura dos Acordos de Munique (1938) entre a Alemanha e as potências ocidentais (França e Reino Unido). Mas neste segundo caso, ao contrário do que acontece com os comunistas e com o Pacto Germano-Soviético, parecem não existir correntes organizadas que defendam contra tudo e todos a utilidade da assinatura daquele Acordo.

4 comentários:

  1. De facto, o pacto, foi assinado por figuras -leia-se figurinhas- pouco recomendáveis.
    Mas existiram outros factos e outros pactos estabelecidos entre os mais variados figurões.
    Cadé os outros?!...

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  2. Quais outros JRD?

    Em que figurão da URSS está a pensar que seja mais importante que Estaline?

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  3. A. Teixeira,
    Não seja mauzinho. Não me referia à URSS. Havia mais mundo para cá das estepes.

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  4. Mas aquele Pacto entre o comunismo e o nazismo foi assinado nas estepes, como as designa.

    Não estou a ser mauzinho. Não percebo do que esteja a falar que tenha relação com o poste. Importa-se de ser mais preciso?

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