07 fevereiro 2009

EM PLAY-BACK (PUM-PUM), EM PLAY-BACK (PUM-PUM), EM PLAY-BAAAACK!!!

Corria o ano de 1981 quando o Festival RTP foi ganho por uma canção cantada por Carlos Paião que se intitulada Play-Back (acima). O tema da canção era, como o título indica, o play-back (a prática de fingir que se está a cantar em palco enquanto o que se ouve é uma gravação) e a letra, apesar de simples e repetitiva, possuía um cunho de troça e de denúncia da prática, uma coisa rara no comportamento tipicamente português, onde essas atitudes críticas raramente se assumem assim dessa forma tão frontal… Mais do que isso, a popularidade do evento e do intérprete fizeram com que o gesto tivesse algum conteúdo pedagógico junto de uma audiência pouco esclarecida.
Possuir uma audiência esclarecida quanto a esses expedientes faz com que, por exemplo, incidentes como o ocorrido mais de vinte anos depois com um vocalista de uma banda que tocava num directo de uma daquelas galas da TVI (acima), em que ele cai subitamente do palco abaixo sem que a sua interpretação seja minimamente afectada pelo trambolhão, acabe por ser saudado com sorrisos de entendimento da matéria por parte de toda a audiência… Não sei se será mais difícil explicar à mesma audiência as mesmas aldrabices mas quando os play-backs já não são musicais…
Veja-se agora o vídeo com uma reportagem acéfala (*) da SIC sobre a implosão de duas torres da península de Tróia, onde se encenou que seria o 1º Ministro José Sócrates a accionar o dispositivo que desencadearia a explosão. Ora, porque a SIC fez a sobreposição dos dois planos (o de Sócrates e o das torres), quando termina a contagem (ao 1m58s do vídeo), percebe-se que Sócrates hesita enquanto se começam a ouvir as explosões que deveria ter sido ele a desencadear… Na fotografia abaixo (aos 2m00s), Sócrates ainda não accionou o dispositivo e já se nota o fumo das primeiras explosões no edifício mais afastado, à direita… Não foi um play-back, mas terá sido um press-back!
(*) Precisamente no estilo das reportagens do reporter TSF em cima do acontecimento, toca-a-dizer-mais-qualquer-coisa-trivial-só-para-ocupar-mais-um-pedaço-de-tempo, só que aqui com menos desculpa, porque até há imagens...

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