23 abril 2008

GALILEO

Deixem-me exprimir o meu cepticismo quanto ao conteúdo da notícia que nos informa que o Parlamento Europeu deu hoje autorização definitiva à implementação do sistema de navegação por satélites Galileo. A prática já demonstrou que o Parlamento Europeu costuma ser muito mais forte em proclamações do que na implementação de decisões.
Ser-me-ia mais confortável que a redacção da notícia contradissesse directamente uma outra, que foi publicada há cerca de seis meses naquele mesmo jornal, onde o Ministro dos Transportes alemão assegurava que Berlim nunca poderia apoiar as propostas da Comissão Europeia para financiar o sistema de navegação por satélite europeu Galileo.

Num dia em que um outro Parlamento aprova o Tratado de Lissabon, ao menos usemos a expressão alemã original Realpolitik com a devida propriedade: é que o controlo dos meios financeiros desta União reforçada, aquela que os deputados do PS e PSD hoje aplaudiram de pé, não reside em Estrasburgo, assim como as grandes decisões sobre política nacional não se tomam em São Bento...
Quanto àqueles que, até nestas coisas do GPS, abusam da ingenuidade quando ao propósito das objecções americanas, relembremos outras preocupações com tecnologias europeias do passado: por exemplo, com a poluição sonora causada pelo avião Concorde (1970), quando foi proibido pelo próprio Congresso de voar sobre os Estados Unidos e de assim explorar o mercado dos seus voos domésticos…

1 comentário:

  1. Só espero não ter que ir a Bruxelas para aprontar o meu GPS quando for a Badajoz.

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