15 março 2008

OS BRIOCHES DE EDUARDO BARROSO

Há uma piada antiga, que remete para um lunático que estava internado e cuja terapia consistia em passar a ferro, quando um dia aparece com duas enormes bolhas de queimaduras de cada um dos lados da cara: - Estava a passar a ferro quando ouvi o telefone e distraído, confundi o ferro de engomar com o auscultador do telefone, atendi… e queimei-me! - Tudo bem, mas o que é que acontecera no outro lado da cara? - Então não é que o outro desgraçado insistiu em tornar a ligar?...
A piada é mais didáctica do que bem conseguida, mas aplica-se que nem uma luva ao desplante de Eduardo Barroso que, insatisfeito com as figuras tristes que andou por aí a fazer há cerca de um mês, e que culminaram com a sua inevitável demissão de Director-Geral da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação, voltou hoje à carga justificando-se no Expresso. Pela insistência de Eduardo Barroso, o assunto merece agora um outro tratamento, porque, como se costuma dizer, só à primeira é que quem quer cai, desta vez cai quem quer.
Como indiciava já a sua audição parlamentar, o ego de Barroso é ridiculamente avantajado e tudo na entrevista aponta para essa hipertrofia. Demitiu-se, não porque sentisse que o devesse, mas para que não o chateassem (não tenho o estômago do Sócrates), uma chatice provocada por razões simples: desperto muitas invejas, tudo não passou de uma vingança pessoal. Para mais, a sua pessoa é o que há de mais parecido com o insubstituível, ainda está à espera de substituto: já sabia que teria de esperar...
Barroso confessa gostar de comer bem, fazer umas viagens e como não é rico faz isso do seu trabalho. A propósito da ausência de riqueza, recorde-se como os rendimentos controversos, que o colocaram próximo do limiar da subsistência, eram adicionais ao seu ordenado mensal e se cifravam em cerca de 20.000 euros mensais… Uma senhora, a propósito da falta de pão, propôs a sua troca por brioches. Chamava-se Maria Antonieta, era Rainha de França, e o povo nunca lhe perdoou a ingenuidade e o descaramento, cortando-lhe depois a cabeça…

Ao menos metaforicamente, creio que Eduardo Barroso não corre os riscos que vitimaram Maria Antonieta, porque esta reincidência dele neste mesmo assunto parece-me sobretudo acéfala…

1 comentário:

  1. O "Eduardinho" era bebida que não dizia com charutos finos, luxo de gente modesta como só encontramos no clã Soares.
    Não sei se a etiqueta mais adequada a este texto é Inanidades ou Insanidades...

    ResponderEliminar