02 setembro 2007

A REALIDADE POR DETRÁS DA BURCA

Em complemento a algo que foi referido no poste anterior, o episódio da captura e resgate dos missionários cristãos coreanos que tinha sido enviados para o Afeganistão, é curioso mencionar o pragmatismo demonstrado pelos talibãs ao disporem-se a negociar a libertação dos reféns que capturaram, em vez de cumprirem os preceitos corânicos que se devem aplicar a quem se dedicar ao proselitismo da sua religião entre muçulmanos.
É que o Islão, que pode ser tão condescendente noutras faltas, pode tornar-se ferocíssimo para a sanção ao crente que abjure da sua fé: a morte. E a mesma pena também pode ser aplicável a quem contribua para essa apostasia: não é por isso prudente emitir apólices de seguros de vida a missionários que partam para países islâmicos menos tolerantes… Visto assim, a missão daquele grupo de missionários coreanos era de um risco superior ao dos soldados do destacamento português na ISAF
Será um pormenor, mas não deixa de ser um relevante que, quando aparece uma oportunidade destas em que os talibãs, habitualmente classificados como fundamentalistas inflexíveis, podem escolher entre a sua interpretação da aplicação estrita dos princípios do Corão e a realidade política de procurarem negociar vantagens materiais com a libertação dos reféns na sua posse, terem escolhido precisamente a segunda. Pelos vistos, Maquiavel é preferível a Maomé…

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