19 setembro 2007

O DALAI LAMA E O PRACHANDA

A pessoa do Dalai Lama (Tenzin Gyatso), que recentemente até visitou Portugal (desencadeando um episódio que, como é óbvio, demonstrou como as verdadeiras prioridades da política externa não são para ter moralidade nenhuma...), é uma daquelas figuras que tem uma verdadeira projecção mundial e uma imagem facilmente reconhecível.
A projecção e o reconhecimento de Prachanda (Pushpa Kamal Dahal), o dirigente supremo do Partido Comunista do Nepal (Maoista), são muitíssimo inferiores, quase desconhecidos. Mas não a sua importância, numa disputa surda que há décadas se trava entre a China e a Índia, sobre a linha das alturas da maior cordilheira do Mundo, a dos Himalaias.
Hoje foi notícia a saída dos comunistas nepaleses do governo de coligação formado no seguimento de uma quase ignorada guerra civil que ali tem vindo a ser travada. É uma maneira da China ameaçar o lado indiano (sul) da cordilheira. Do outro lado, a ameaça (para a China) ao Tibete são as deambulações do Dalai Lama pelo mundo…
Estas análises geopolíticas (acima o mapa do Tibete com a capital, Lhasa, a norte do Nepal, com a capital Katmandu), mesmo quando ultra simplificadas como neste caso, costumam fazer todo o sentido, mas têm aquele desagradável efeito secundário de estragar aqueles enredos onde há os bons e os maus que, quando publicados, fazem depois vender mais jornais…

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