15 maio 2007

TV NOSTALGIA – 29

Voltando atrás no tempo, e seguindo certas séries televisivas de um determinado género de uma forma encadeada no tempo, apercebemo-nos de como elas corresponderam a modas, tal qual ao longo desse período variaram a largura e os padrões das gravatas ou os formatos dos sapatos de senhora.
Se, no começo da década de 1970, uma boa parte das séries policiais se alinhavam pelo padrão de Columbo, ou seja o do detective solitário inteligente, mas um pouco exótico (era o caso de Kojak (1973) por exemplo, careca e de chupa-chupa ao canto da boca), esse modelo da subtileza acabou por esgotar-se.
Também com a ajuda da chegada à TV do modelo do filme Dirty Harry (com Clint Eastwood), que era uma espécie de transposição da máxima do general Custer – o único índio bom é um índio morto… – para o mundo do crime, as séries policiais tornaram-se muito mais próximas da criminalidade das ruas, caso exemplificado numa série como Baretta (1975). Mas essa moda das séries policiais violentas acabou por também chegar à Europa, muito embora os europeus se mostrassem menos individualistas e enquadrassem a acção dos dois protagonistas numa equipa, com uma organização especial (chamada CI5) e um chefe (ao centro - Gordon Jackson, para sempre o mordomo da família Bellamy...), como acontecia na série britânica The Professionals (1977).
Numa fase seguinte, a violência perdeu quase toda a importância para se vir a concentrar na tensão entre a equipa quando esta passou a ser constituída por um casal, quase sempre à beira de chegar a vias de facto mas sem verdadeiramente lá chegar como acontecia na série britânica Dempsey e Makepeace* (1985) ou na norte-americana Moonlighting (1985)…
* Dempsey e Makepeace nunca chegaram a vias de facto, mas os actores Michael Brandon e Glynis Barber que os interpretavam casaram em 1989...

Nota: Em Portugal as séries terão passado um a dois anos depois das datas mencionadas.

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