19 março 2007

DE LÍNGUA DE FORA

É razoavelmente conhecida, nem que seja pelo seu exotismo, a saudação tradicional tibetana que consiste em pôr a língua de fora ao cumprimentar alguém. Mas, na verdade, a saudação corrente entre os tibetanos não é essa mas sim a clássica justaposição das mãos – como se vê na fotografia do Dalai Lama acima – gesto que se supõe ser de origem indiana e que, através da difusão do budismo, depois se propagou por grande parte da Ásia.

Pôr a língua de fora não é uma saudação tradicional mas sim um gesto de deferência ou de submissão. Segundo rezam as lendas, o gesto passou a ser exigido pelos mongóis aos tibetanos depois de um dos conquistadores ter morrido por causas que os mongóis atribuíram a encantamentos mágicos dos tibetanos, poderes que, na mitologia mongol, tornavam pretas as línguas dos magos. Para os mongóis, verificar as línguas dos tibetanos passou a ser um procedimento de segurança…
O gesto foi assim incorporado na etiqueta tibetana no contexto acima descrito e, por causa disso, frequentemente empregue com estrangeiros. Passados muitos séculos, supõe-se que o Capitão Haddock, companheiro de Tintin, de visita ao Tibete, além desse, tenha alargado o tipo de cumprimentos corteses da etiqueta tibetana (como se vê acima), embora não tivesse encontrado quaisquer referências a algum estudo sociológico avaliando esse impacto…

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