15 outubro 2006

PÔR OS PUTOS DE CASTIGO…

Já tinha tido oportunidade de contar aqui a história, uma complicada história por sinal, de um Procurador-Geral de um país vizinho da Austrália, as Ilhas Salomão (480.000 habitantes) que, por acaso, até é originário de outro país da região, as Ilhas Fidji (850.000 hab.), mas que até tem nacionalidade australiana (20.500.000 hab.), que a justiça do seu próprio país (a Austrália) anda a perseguir por uma acusação de pedofilia, por acaso perpetrada num outro país daquela mesma área, Vanuatu (210.000 hab.).

Confrontado entre os pedidos de extradição da justiça australiana, e um pedido pessoal feito pelo primeiro-ministro de Salomão, o primeiro-ministro de um outro país da vizinhança, a Papua Nova Guiné (5.890.000 hab.), este último resolveu satisfazer o favor pessoal ao seu homólogo das Salomão e deixar escapulir-se o arguido, que havia sido detido numa escala que o avião onde viajava havia feito em território papua. Por detrás de todo este imbróglio parecem estar divergências sérias entre os governos das Ilhas Salomão e da Austrália.

Sentindo-se gozado daquilo que parece ter sido uma espécie de jogo de escondidas, o governo australiano reagiu severo como um adulto admoestando adolescentes travessos e, através do seu ministro dos negócios estrangeiros Alexander Downer, anunciou que lhes cortava as mesadas (a ajuda financeira que recebem de Camberra) e proibindo-os de sair à noite para se divertirem (o primeiro-ministro da Papua Nova Guiné e os funcionários do seu governo estão todos proibidos de se deslocarem à Austrália).

É claro que, a fazer fé em certas análises que aqui vimos pela blogosfera desde as crises de Maio deste ano, este comportamento e esta forma de estar do governo australiano em relação aos pequenos países da vizinhança, não pode ser extrapolado para a forma como decorreram e decorrem as relações bilaterais entre a Austrália e Timor-Leste (950.000 hab.), que sempre se nortearam pelo maior respeito e equilíbrio entre os dois estados… Ainda se lembram de quem era a culpa de, em Lisboa, não se perceber isso?

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