27 setembro 2006

SACO DE PANCADA

Depois de ter andado nos cabeçalhos de quase toda a comunicação social, o Compromisso Portugal por quem António Carrapatoso, Alexandre Relvas e mais uns quantos têm dado a cara transferiu-se agora para as páginas de opinião, onde o conteúdo das notícias difere substancialmente das da primeira fase.

No Público de hoje, na página 6, há um abaixo-assinado dirigido à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) desafiando-a para que questione a mecânica que terá estado por detrás da promoção desenfreada e encomiástica promovida pelos jornais económicos (Jornal de Negócios e Diário Económico, suponho) a todo o evento promovido no Beato.

Ao lado daquele, Joaquim Fidalgo assina uma peça troçando do nome da organização donde, designando-se por Compromisso Portugal, se esperaria um discurso onde se assumissem uma lista de compromissos próprios em vez de um ror de recomendações para sectores alheios implementarem.

No Diário de Notícias é Helena Garrido, no editorial, que aproveita as conclusões de um relatório sobre competitividade global, emitido pelo Fórum de Davos, para atacar uma das causas dos problemas da economia portuguesa segundo o relatório, a falta de qualidade geral dos seus empresários, tópico que esteve escancaradamente ausente da reunião do Beato.

Estou convicto que existe uma grande incompatibilidade sociológica entre o liberalismo puro e duro preconizado pelos compromissários e a sociedade portuguesa. Pior do que isso – no estilo de proeza de circo: agora ainda mais difícil, de olhos vendados… – resulta do facto do liberalismo duro estar associado na blogosfera a pensadores do quilate de Pedro Arroja, de João Miranda...

Agora a sério, há que recordar que a primeira reunião do Beato em 2004 já tinha bordejado o risível quando, pouco tempo depois dela se ter realizado, uma das caras do Compromisso Portugal – Vaz Guedes da Somague – se descomprometeu e acabou por vender a sua empresa aos espanhóis. Foi só ridículo, mas foi muito ridículo!

Reencenar a mesma peça em 2006, para repetir essencialmente a mesma mensagem a uma opinião pública que já deu sinais de saturação de treinadores de bancada e a um governo muito mais hostil a discursos liberais, há que reconhecer que foi uma jogada completamente errada de que os promotores estão agora a colher os frutos, por muito que eu considere Alexandre Relvas.

1 comentário:

  1. Caro A.teixeira:

    Náo foi só o Vaz Guedes.

    O sr américo amorim também vendeu um banco qu etinha, salvo erro com o nome de BNCI ao santander, um mês, mês e meio depois do compromisso portugal- o primeiro.

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