01 junho 2006

PETRÓLEO

Desde um pico de atenção em que o petróleo atingiu e ultrapassou a marca de referência dos 70 dólares/barril com o acontecimento a merecer a atenção atenta e continuada de toda a imprensa, a que se seguiu a ousada decisão de Evo Morales, presidente da Bolívia, de nacionalizar as jazidas bolivianas, o assunto petróleo tem vindo a desaparecer progressivamente das primeiras páginas.

O que não quer dizer que não se continuem a passar imensas coisas interessantes. Fala-se que o Sudão e Angola poderão vir a aderir à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o que poderá reforçar a quota da produção mundial desta organização de 43 para 45%. O Sudão parece verdadeiramente empenhado, Angola nem por isso, porque não quer incorrer no desagrado que os Estados Unidos manifestarão se a adesão se concretizar.

Entretanto, sociedades norueguesas e indianas tomaram posições nos esforços de prospecção que estão a ser efectuados ao largo de Cuba. A extracção de petróleo dos xistos betuminosos canadianos – um tipo de petróleo muito caro de extrair mas que se torna compensador ao preço actual – está-se a revelar-se mais cara do que se estimava, mas do ponto de vista ecológico.

O governo equatoriano, no seguimento de um diferendo com uma companhia norte-americana a operar no seu país, tomou posse administrativa dos seus campos petrolíferos. Como é evidente, houve logo quem tivesse apontado as influências perniciosas do recente exemplo boliviano por detrás daquela decisão. Depois de Hugo Chavez e de Evo Morales, o próximo nome na ribalta por mau comportamento poderá ser o de Alfredo Palácio, o presidente equatoriano.

Falando em mau comportamento, Hugo Chavez, anfitrião da reunião da OPEP, gelou os seus parceiros ao propor, num discurso carregado da retórica anti-americana do costume, que a organização reduzisse a sua produção actual. A proposta foi rejeitada. Contudo, segundo as declarações do ministro do petróleo saudita, já existe um excesso na oferta de 1 milhão de barris de petróleo/dia, excedente que os países importadores estão provavelmente a aproveitar para recompletar os seus stocks.

O preço do barril na Bolsa de Nova Iorque, para entrega em Julho, mantém-se acima do 70 dólares embora tenha descido ligeiramente (2,4%) nos últimos dois dias. Pelos vistos, este é um negócio sempre muito animado, esteja perto ou longe das primeiras páginas de jornal ou das aberturas dos telejornais…

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