07 abril 2006

DO CÉU CAIU UMA ESTRELA


Este filme (It´s a Wonderful Life), realizado por Frank Capra em 1946, e onde James Stewart é um bom de fazer doer o coração, teve uma época em que a sua transmissão fazia parte da rotina de Natal tão certa como um Bolo-Rei.

Estavam Villepin e Sarkozy entretidos em Paris a guerrearem-se sob os altos auspícios de Jacques Chirac, quando, da província francesa (Poitou-Charentes), aparece uma nova estrela da política francesa, de seu nome Ségolène Royal.

Socialista, com um marido também barão do mesmo partido, François Hollande (os dois aparecem na fotografia da esquerda), os seus índices de simpatia (53% à esquerda e entre 40 a 45% entre os simpatizantes dos partidos de direita) colocam-na numa situação invejável quanto à questão da sucessão de Chirac em 2007.

Talvez muitos franceses se tenham aborrecido das vicissitudes da disputa à direita entre Villepin e Sarkozy, em que os dois parecem caçadores a tentar esfolar a mesma peça de caça antes mesmo dela ter sido caçada.

A hipotética eleição de Ségolène – há órgãos dos média que, em antecipação, já deram em tratar a senhora por Madame Royal – poderá desembocar na representação futura do eixo franco-alemão a ser constituído por duas mulheres: Ângela Merkel e Ségolène Royal. É uma ideia com piada – e sem quotas.

Há só um óbice, grande, à futura carreira política de Ségolène: nasceu em Dakar, no Senegal, e os franceses, desde Napoleão, têm, historicamente, uma grande relutância em entregar os destinos do seu país a quem tenha nascido fora do seu querido hexágono.

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