23 março 2006

OS IATES DE PAULO PORTAS

Muito se tem falado acerca do Audi que Pedro Santana Lopes mandou adquirir para seu uso pessoal enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Também são conhecidos os desenvolvimentos posteriores com Santana Lopes a afirmar que ficava com o carro, pagando-o, depois já não ficava, enfim, o homem é um brincalhão e eu ainda tenho contas a ajustar com mais de 100 conselheiros nacionais do PSD que deviam saber isso e, mesmo assim, confirmaram a sua indigitação para o cargo de 1º ministro.

Menos conhecida é a notícia de página mais recuada do jornal (p.14 do Público de 23 de Março), que consiste no facto de Paulo Portas ter deixado uma verdadeira embrulhada (um verdadeiro trinta-e-um, atendendo ao ministério em causa, o da defesa) na programação da aquisição de equipamentos militares, depois de, na sua passagem pela pasta, ter executado irreversivelmente a decisão de adquirir o tal par de submarinos de que andávamos muito precisados há já muitos anos.

Talvez o mais penoso seja a constatação de que todos estes embrulhos não são resultado de uma daquelas teorias conspiratórias, tão apreciadas entre nós, mas da pura e simples inépcia: não se equacionou em profundidade o impacto que as regras de contabilização das aquisições de equipamento militar poderiam vir a ter no défice orçamental.

No mesmo dia, no mesmo jornal, umas páginas adiante (p. 41), fica-se a saber que dois empresários portugueses, Henrique Neto e João Menezes Ferreira, foram depor à comissão parlamentar de Assuntos Económicos onde expuseram o que consideram o inacreditável amadorismo dos representantes do governo português na negociação das contrapartidas devidas ao estado português por parte das empresas fornecedoras de equipamento militar.

Eu bem sei que existe um ditado, do mais português que há, que diz quem vier atrás de mim que feche a porta, mas será que Paulo Portas, que era o ministro da defesa à época destas decisões, com o sentido de responsabilidade que costuma mostrar, mesmo com ajuda dos pais visto ser solteiro, não quererá seguir o exemplo de Pedro Santana Lopes, e dispor-se a comprar nem que seja só um submarino?

É que ele, quando era ministro da defesa, disse que eles serviam para tanta coisa…

1 comentário:

  1. Não consigo ver qual o problema de adquirir dois submarinos!
    Pior teria sido se se tivesse lembrado de comprar UM PORTAS-AVIÃO!

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